quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Ambiente caloroso e comida agradável




Holder é um desses restaurantes para se ir com uma turma de amigos, para uma noite de muito papo regada à comida diferenciada e agradável. Para encontros mais íntimos - e românticos - o barulho do grande e animado salão pode ser tornar inconveniente.

Pois lá fomos para uma comemoração a dois, sem antes ter programado a visita, em um ímpeto aventureiro de uma fria noite de outono. De cara, a casa já impressionou pela imponência, enormes janelões que dão para a charmosa calçada da rua McGill, a decoração clássica e descolada, o ambiente vivo e a boa energia.

Pedi uma entrada de queijo de cabra com tomate e pesto de azeitona. D-e-l-i-c-i-o-s-a. Como prato principal, apelei para a velha e boa massa, um delicioso ravioli de lagosta com aspargo, molho manteiga e trufa. Um pouco forte, mas bem gostoso. Apesar das altas risadas de grupos de executivos reunidos em happy hours, de garçons correndo com copos e pratos pelo salão e pelo animado bar, Holder ofereceu uma boa refeição a um preço bem razoável.

HOLDER
407, rue McGill
(514) 849-0333

http://www.restaurantholder.com/

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Festival de Filme Brasileiro de Montreal


Começa na semana que vem (27 de novembro) o Festival de Filme Brasileiro de Montreal 2009. Pelo  terceiro ano, a mostra  traz algumas peças genuínas do cinema do país, muitas delas premiadas em festivais do exterior e, paradoxalmente, desconhecidos do grande público. Também há bons documentáros, como A casa de Tom, O Mistério do Samba e Pelé Eterno, que resgatam a vidas de figuras e  fatos tão marcantes do DNA brasileiro. Uma boa oportunidade para conferir o que há de novo - e de boa qualidade - nas telonas de casa.



FESTIVAL DE FILME BRASILEIRO DE MONTREAL

27/nov a 3/dez

Cinéma du Parc

http://www.brazilfilmfest.net/montreal/eng/thefestival.htm




quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Vagamundo de Galeano




VagaMUNDO, veja bem!Vaga-mundo, vagando pelo mundo.... É disso que trata o pequeno - e intenso - livro de Eduardo Galeano. Das suas andanças pela vida, das pessoas que encontrou, dos lugares que conheceu, das dores pelas quais passou.....O jornalista e escritor uruguaio já é consagrado em seu país, na Argentina, Bolívia e tantos outros países sul-americanos. Mas é sempre bom conhecer e redescobrir bons pedaços da sua obra. INCANSÁVEL percorrer e vagar com Galeano.

Segue texto doce e triste desse grande autor: Segredo no cair da Tarde, do livro VAGAMUNDO, de 1973.


SEGREDO NO CAIR DA TARDE


Ele chegou a galope, num alazão que eu não

conhecia. Depois o alazão ergueu-se em duas patas e

desapareceu e meu irmão também desapareceu. Fazia

tempo que eu o chamava e ele não vinha. Chamava

e não o encontrava. E ontem fui para o monte e ele

veio e me falou como antes, só que no ouvido.

Eu cuido, para ele, das coisas que ele deixou. Escondi

as coisas para que ninguém mexa nelas. A atiradeira,

a vara de pescar, o tambor, o revólver de madeira,

os preguinhos de fazer anzol. Tenho tudo isso

escondido e, quando ele vem, sempre me pergunta pelas

suas coisas. Eu tenho medo da gente que passa e prefiro

não sair. Volto da roça ou de carpir a horta e fico

aqui trancado, no escuro, cuidando das coisas para ele.

Quando acendem a lâmpada de querosene fecho os

olhos, mas deixo eles um pouquinho abertos e a lâmpada

vira uma linha brilhante e toda peluda de luz. E às

vezes converso com meu amigo que não sabe falar

porque é o cachorro. Converso, para não dormir. Sempre

que durmo, morro.



Já vão para cinco longos anos que em cima do

Mingo veio aquele caminhão na estrada. Estava cui

dando das duas vacas que nós tínhamos. Eu teria defendido

meu irmão, se estivesse lá com minha espada

amarela. E foi nesse dia que fiquei sem vontade de

brincar, e para nunca mais. Fiquei sem vontade de nada.

Porque eu e o Mingo sempre andávamos ao meio-dia

como lagartos, e íamos pescar e caçar passarinhos.

Mas, depois, não brinquei mais. Perdeu a graça.

Para mim, o que aconteceu com ele foi mau-olhado.

Alguém chegou e pôs um mau-olhado nele, justo

quando ele estava com a barriga vazia e depois veio o

caminhão e o esmagou. Nos gringos, nunca pega o

mau-olhado, me contaram. É que a gente daqui, de

Pueblo Escondido, a gente grande, tem a vista muito

forte demais. Aqui, toda a gente grande é má. Os grandes

batem. Me batem quando digo que posso conversar

com o Mingo sempre que quero, até hoje. Não deixam

nem eu falar o nome dele.

Por isso, nunca falo dele. Aqui em Pueblo Escondido,

eu não falo. Quando aconteceu aquilo, eu peguei

e meti na cara a máscara que o Mingo tinha feito para

mim no carnaval, que era um diabo com chifres de

trapo e a barba de verdade, e meti a máscara na cara

para que ninguém soubesse que era eu, e me atirei

com a bicicleta do Ivan turco a toda velocidade contra

a barranqueira, me atirei barranqueira abaixo, para me

arrebentar lá embaixo contra o lixo. Mas deu tudo errado

porque eu caí certo e não aconteceu nada. E aí me

bateram. E eu fiquei a noite inteira tremendo e de manhã

acordei todo mijado e me enfiaram num barril de água

gelada. Me deixaram na água gelada e eu não chorei

nem pedi que me tirassem. E, na primeira vez que meu

irmão apareceu, eu peguei e contei tudo para ele.

.......

Ontem subi num braço de árvore e fiquei fumando

e esperando. Eu estava certo que ele não ia falhar.

E o Mingo apareceu a galope, bem no meio da imensa

nuvem de pó, quando só restava um pouco de sol no

céu. Ele me pediu para chegar mais perto, me fez sinais

com o braço, e eu desci e embaixo de um espinheiro

ele me contou um segredo. O ar do morro tinha cheiro

de laranjas maduras. Não desceu do alazão. Abaixou

o corpo, e só. E me disse que eu vou ter dinheiro e vou

pegar e comprar um caminhão para mim e encher o

caminhão de palha e barba de milho para ter o que

fumar para sempre. E vou embora. E vou para o mar.



O Mingo me disse que passando o horizonte fica

o mar e que eu nasci para ir embora. Para ir, para isso

nasci. Pega o caminhão e vai embora, ele me disse. E

aqueles que não gostem disso, você passa por cima

com o caminhão. Quer dizer que eu vou embora. Para

o mar. E levo todas as coisas do meu irmão. Monto no

caminhão e antes do mar eu não paro. Do mar sim, eu

não tenho medo. O mar estava me esperando e eu não

sabia. Como será? Como será o mar? – perguntei ao

meu irmão. Como será muita água junta? E o mar respira?

E responde quando lhe perguntam? Tanta água

no mar! E não escapa, essa água do mar?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Michelle é pop!


Apesar de os índices já estarem apontando certa queda de popularidade da primeira-dama-simpática-e-fashion dos Estados Unidos, Michelle Obama está sorridentemente estampada na capa de Dezembro da populíssima revista Glamour. OK, a produção poderia ser mais bonita, classuda, poderosa, com mais.......glamour?! Mas a advogada não fez feio nem e longe, mesmo encarnando a pose de "mocinha-meiga". Falou de amenidades, beleza, coração e carreira. Tudo com a articulação, discrição e a descontração que já lhe são peculiares e tão admirados pela legião de fãs all over the world!




quinta-feira, 12 de novembro de 2009

A praga do Capitalismo


Recentemente foi  lançado o novo filme "Capitalism - A Love Story" do controverso diretor norte-americano Michael Moore. Acusado por fazer misto de documentário com propaganda por uns, aclamado pela sua irreverência e coragem em peitar até mesmo o inabalável poder americano por outros, o autor de Roger e Eu, Tiros em Columbine, Fahrenheit 11/9 e outros, faz, no seu novo filme, uma crítica ferrenha ao impiedoso sistema capitalista e à ganância selvagem das grandes corporações.


Moore alterna, como de costume, depoimentos trágicos (como de famílias que são enxotadas de suas casas e pessoas demitidas de seus trabalhos) com momentos de bom humor, como o que bate na porta de sedes de grandes bancos e causa tumulto. E, sobre eles, Moore afirma: "Eles precisam mais que regulamentação. E nós precisamos nos estruturarmos de uma maneira diferente para criar finanças e dinheiro, sustentar empregos, negócios, etc, para manter uma economia saudável funcionando."


quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Explore as flores e o perfume de Bleu Lavande




Quer fazer um passeio diferente e inesquecível? Então siga para a fazenda Bleu Lavande, em Fitch Bay, na linda região de Cantons de L’Est, a cerca de duas horas de Montreal. A propriedade cultiva a ervinha azul e cheirosíssima (também conhecida como alfazema) desde 1999 e hoje já é a segunda maior produtora de lavanda da América do Norte, com cerca de 200 mil pés da planta. Puro perfume! Os arbustos, baixos, ficam enfileirados nos canteiros e, mesmo fora do período da florada (julho e agosto) formam uma paisagem encantadora.

Aparentemente um local apenas turístico, a Bleu Lavande é ativa e cultiva tanto a lavanda propriamente dita (Lavandula vera, Lavandula officinalis ou Lavandula angustifolia), quanto o lavandin, uma planta híbrida da qual se retira de sete a dez vezes mais óleo essencial do que um pé do outro gênero. O óleo puro e nobre é extraído das flores e caule da lavanda e é utilizado para fins medicinais (poderoso calmante, entre outras dezenas de propriedades!). O lavandin produz um óleo inferior, de pior qualidade, usado apenas para usos indústriais – para perfumar detergentes e sabonetes. Tudo isso (e mais um outro tanto de produtos que têm na lavanda seu ingrediente principal) é vendido na Boutique da Bleu Lavande na própria fazenda (foto baixo), online ou ainda em vários pontos do província de Québec. O mais exótico, talvez, seja o chocolate com lavanda: uma combinação inusitada mas aromática, delicada e bem saborosa!




Para os interessados, há uma visita guiada disponível no lugar, explicando todo o processo de transformação de toneladas das delicadas florezinhas em pouquíssimos litros do valioso óleo. Mas passear por meio da plantação, desfrutando a paisagem e o perfume no ar, já vale a visita. No verão, o clima suave e tranqüilo da fazenda é perfeito para entregar-se aos eventos da estação: massagens oferecidas em simpáticos bangalôs, pic-nics em meio as flores ou ainda uma boa sessão de música clássica admirando a bela paisagem.

Bleu Lavande
891, chemin Narrow
Fitch Bay, QC.


https://www.bleulavande.ca/

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

O folk do Mes Aieux




Não dá para morar em - ou visitar - Québec e ignorar a banda Mes Aieux (Meus Ancestrais), um grupo de músicos da província francesa do Canadá, que fazem um embalado folk moderno. Eles surgiram em 1996 e desde então estão na boca dos jovens com letras que falam de globalização, política e de questões do Québec. Seus CD's já ganharam discos de ouro e platina e a banda foi escolhida como Group of the Year em 2005. Vale a pena conferir, seja pelo som, seja pelo conteúdo - e cair na dança.

 
Abaixo um dos grandes hits da banda - Degeneration - que fala, com muito humor, da degradação das gerações quebécoises.Voilà!
 

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

O Jornalismo e o diploma


Desde o polêmico fim da obrigatoriedade do diploma de Jornalismo para exercer a profissão, muito tem-se discutido a respeito. As opiniões são diversas mas, para quem é favor, o receio é um só: de que a profissão, que requer determinadas competências (como qualquer outra) vire "bagunça" e abra-se perigosamente a amadores de toda a sorte.

Acho um "medo"desnecessário. Concordo que tem - muita - gente sem diploma que sabe escrever (cada vez mais raro nos dias de hoje...), que tem conhecimento amplo, interesse, pensamento articulado e completa capacidade de relatar a vida nos veículos de comunicação. Como também há muito jornalista formado, de canudo debaixo do braço, que não tem o menor tino para a coisa, sem entrar no mérito da capacidade intelectual. Por isso, o diploma não é uma condição sine qua non para ser um jornalista. Por que para isso requer-se MUITO mais que um mero papel carimbado e reconhecido pendurado na parede.

Assisti à entrevista abaixo, com o repórter especial do Estadão, Ricardo Godoy e achei interessante, concordei  em gênero, número e grau. A faculdade não FORMA um jornalista, porque jornalista "ou é ou não é", segundo as palavras do próprio Ricardo. No entanto, é equivocado e leviano afirmar que 4 anos de estudo, aprefeiçoamento, orientação não fazem diferença, porque quem passou por uma - boa - faculdade sabe que não se sai como se entrou e que por mais que não seja uma habilidade técnica e hermética, a carga intelectual que se adquire nas aulas pode ser valiosa e diferenciar um profissional de um amador. Como em Educação Física, Psicologia, Artes, Gastronomia, Educação ou qualquer outra profissão.

Em suma, a faculdade de Jornalismo não é condição única e suficiente. Ela dá ferramentas, lapida, orienta mas o interesse, o talento, a veia curiosa, a sede de conhecer e o prazer de relatar é inato, imutável e intrasferível. Ou tem-se não tem-se. Tenha-se diploma ou não.


Entrevista RICARDO GODOY - Diploma do Curso de Jornalismo

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Uma tarde com sua Santidade o Dalai Lama





Imagine a cena: um estádio lotado, sem um único assento à vista disponível. Bem lá embaixo, sob as luzes dos holofotes, uma pessoa entra no palco, humilde e lentamente. No mesmo instante, todos os 14 mil espectadores presentes levantam-se e, respeitosa e efusivamente aplaudem. Aplaudem. E não param de aplaudir. Ouvem-se até alguns assobios – incomuns nas platéias comportadas do Norte - e gritinhos animados, todos expressando a profunda alegria em ver a tão esperada figura. Não, não se trata de nenhum rock-star, ou bonitão de Hollywood ou qualquer outra celebridade do momento. O astro em questão – pasme - é um senhorzinho frágil e careca, com um nome bem do esquisito: Tenzin Gyatso. Mais conhecido como o 14º Dalai Lama.

Não houve como não se emocionar vendo o respeito com o qual o líder tibetano foi recebido e tratado pela platéia do Centre Bell naquela tarde de sábado, chuvoso, em Montreal. E o carinho e humildade com os quais ele, por sua vez, dirigiu ao público. Nada soava pomposo e cerimonioso, a tarde tinha uma informalidade agradável e inesperada. Dalai Lama é um homem surpreendentemente despretensioso, descomplicado e muito bem humorado. Sua Santidade rejeita o pedestal e o lugar sagrado, parece mesmo um mortal como um de nós. E faz questão disso. Que o diga o menininho budista que o recebeu, protocolarmente, no palco. Quando menos esperava, Dalai Lama, sorrindo, agarrou gentilmente e alisou a pequena carequinha de 7 ou 8 anos com todo o afeto que podia e abençoou a criança.

Em seguida, tirou os sapatos, sentou na grande poltrona no palco e, de pernas cruzadas como um garoto, ainda sob os aplausos, acenou, cumprimentou e agradeceu generosamente. E de lá, falou por mais de 2 horas, pausadamente (acompanhado por dois intérpretes), sempre com um tom simpático, sereno e com ótimas tiradas. Logo no início, pediu para diminuírem a luz que vinha em seu rosto, para que assim pudesse ver melhor as pessoas da platéia. Ato espontâneo e revelador, de quem realmente se interessa em ver o outro. Atendido mas ainda incomodado com os holofotes, tratou de colocar uma viseira vermelha para que a luz não o atrapalhasse – e o fez dando uma risadinha de alguém que sabe que está aprontando. Tirou gargalhadas da platéia. Afinal, a imagem de um monge budista de boné é no mínimo engraçadinha.

Em seguida, o religioso foi logo avisando com sua voz grossa e doce, e um inglês cheio de sotaque: “Estou aqui para falar não como budista, nem como religioso, mas como ser humano, para outros serem humanos.” Para quem achou quem estava cética e duvidosa (como eu, confesso), ele me conquistou aí. Ganhou toda minha confiança e interesse.

Em seguida, começou seu discurso que tratou, basicamente, sobre Compaixão. Compaixão pelos familiares, estranhos e até pelos inimigos. “Compaixão é respeito, é calor humano, vem no sorriso. A distância trás animosidade, raiva e solidão.”, disse. Afirmou ainda que, segundo os cientistas, as pessoas que têm compaixão pelos outros e são altruístas, tem o sistema imunológico mais forte. E, por isso, são mais saudáveis. Na contramão, aqueles que falam muito as palavras “eu, mim e meu” têm mais chances de ter um ataque cardíaco, veja só. São esses tipos que geralmente se fecham ao mundo exterior e enfrentam a solidão e a falta de confiança nos outros. Para Dalai Lama, “somos animais sociais e precisamos de contato e compaixão nas nossas relações”.

Um dos momentos em que foi mais aplaudido aconteceu quando foi perguntado sobre a educação das crianças. Com seu senso de humor, afirmou: “Não sou expert nisso”, e o homem de 74 anos que, por motivos óbvios, nunca foi casado, riu. “Mas posso afirmar que os pais têm que tomar conta do coração e do cérebro dos seus filhos. Educação sem coração é perigoso e coração sem educação pode não ser perigoso...mas não há progresso!”. E gargalhou novamente, assim como toda a platéia. Além disso, “Os pais devem passar mais tempo com seus filhos.” O público aplaudiu, dessa vez, euforicamente.

Por fim, o vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 1989 concluiu: “Se você faz alguma coisa que traz felicidade para o outro, é você quem ganha.” E, desde aquele sábado, 3 de outubro de 2009, é o lema que pretendo carregar vida afora. Assim como a mensagem de bondade e compaixão, a admiração, o carinho pelo semblante sereno e o sorriso puro daquele senhorzinho simpático e sábio que tive a honra e o prazer de encontrar e passar uma tarde ouvindo-lhe falar da vida. Figura que quando vejo pela TV estranhamente me parece tão familiar e próxima. E me lembro, de repente, de que ele é universal, e grande: sua Santidade - o Dalai Lama.



“My religion is very simple. My religion is kindness.” – Dalai Lama

segunda-feira, 19 de outubro de 2009

We are all Precious


We are all precious. É esta a mensagem que o novo - e já comentado - filme Precious: Based on the Novel Push by Sapphire pretende passar. Produzido por ninguém menos que a Media-Queen Oprah Winfrey a estória tratará, sobretudo, da luta pela confiança e autoestima.  A personagem principal é Clareece ‘Precious’ Jones (interpretada pela norte-americana Gabourey Sidibe), uma menina de 16 anos, negra, obesa, abusada pelo pai e grávida de seu segundo filho. Só aí, dá pra ver que tem muito assunto pra rolar e uma bela estória pode sair. Com participação de "estrelados", como Mariah Carey e Lenny Kravitz, o filme já foi premiado no Festival de Toronto no começo do ano e chega às salas de cinema dos EUA e Canadá no mês que vem. Para marcar na agenda e ir conferir.


sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Figaro: uma esquina parisiense em Montreal




Sabe aquela típica cena de filmes e pôsteres parisienses? Um homem tomando seu café com um apetitoso croissant, sentado em uma micro-mesa e lendo seu jornal em um charmoso bistrô? Pois é exatamente isso o que se pode ver - e experimentar ! -  na La Croissanterie Figaro, um verdadeiro cantinho de Paris em Montreal.



No verão, o charmoso térreo do antigo prédio tem suas mesas com guarda-sol coloadas na calçada e o lugar chega a ter espera para conseguir uma mesa no disputado terraço. No inverno, o ambiente retrô sempre com suave jazz ao fundo aconchega os vizinhos do bairro de Outremont além de acolher montrealenses de toda parte.Tudo muito simpático, despretensioso e très agréable!



A decoração é um "à parte", te leva para uma viagem à década de 20, com objetos antigos e cheios de personalidade. Resultado: cenário  perfeito para um lanchinho de fim de tarde com muito estilo! Mas não espere uma croissanterie propriamente dita – há apenas algumas variedades da delícia francesa , como o croissant au rhum et chocolat (ao lado), o croissant aux amandes e o croissant au fromage. No entanto, mesmo assim, o menu não decepciona – oferece desde um almoço de quiche, sanduíche e saladas para um sábado ou ainda para um brunch no domingo. Independentemente do dia e da ocasião, arremate a refeição com um belo cappuccino ou um expresso acompanhado, é claro, do “pãozinho” que é a prata da casa.



LA CROISSANTERIE FIGARO

http://lacroissanteriefigaro.com/welcome.html

5200, Hutchison

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

A francesinha americana

(Reproduzo aqui matéria minha que saiu na revista STILO (Belo Horizonte) de outubro. Valeu Letícia! : )




Surpreenda-se e delicie-se com o que a charmosa Montreal tem a oferecer


Lá está ela: pequena (para nossos padrões continentais), pulsante e estilosa, às margens do bom e velho rio São Lourenço e aos pés do monte que deu origem a seu nome, o Mont-Royal, uma montanha linda e viva bem no coração da cidade.

“Moderna” não é exatamente um adjetivo que define completamente Montreal, ao contrário do que muitos podem pensar, já que se trata de uma metrópole de um país de primeiro mundo. Porque ela vai além disso, mescla passado e futuro em cada curva e os harmoniza com muito charme. A “francesinha americana” – apelido que carrega por ser a segunda maior cidade francófona do mundo, atrás apenas de Paris - tem hotéis, lojas e serviços dignos do terceiro milênio mas com um toque “retrô” e um ar às vezes até provinciano apaixonantes. Basta saber encontrá-los em meio ao agito e à badalação que rola durante as quatro estações.


Os seus cerca de três milhões de habitantes, grande parte deste número proveniente dos mais diversos países dos quatro cantos do globo, são uma das características mais marcantes para quem chega por essas bandas. Judeus, árabes, latinos, americanos, asiáticos e até uma grande leva de portugueses já fazem parte do cenário e do DNA desta cidade, tida como multicultural como poucas. E todos, por incrível que pareça, vivendo em total harmonia. O segredo? Atribui-se ao respeito, palavra de ordem e atitude inerente a qualquer – bom – montréalais (como é chamado o habitante da cidade). Mais do que isso, há uma admiração e curiosidade entre as diferentes culturas: grego comendo em restaurante italiano, japonês em queijarias, franceses aprendendo salsa, latinos em casas de comida árabe, etc. Uma mistura fascinante!


Uma das influências de tantas culturas se vê, claro, à mesa. A capital gastronômica do Québec não decepciona nem mesmo os paladares mais exigentes, dos mais variados gostos, estilos e bolsos. Sua lista de restaurantes é extensa e a comida é sabidamente um dos maiores passatempos dos moradores, que podem numa mesma semana bater uma feijoada em um restaurante brasileiro, comer um belo risoto ao som da Tarantella no bairro italiano Petit Italie, degustar um frango na brasa em um dos animados restaurantes portugueses, provar pratos franceses incríveis nos vários bistrôs do badalado bairro Plateau Mont-Royal, experimentar combinações exóticas da gastronomia vietnamita e, finalmente, desfrutar de uma boa carne numa casa 100% québécois. Sem, claro, esquecer de pedir a poutine, uma batata frita banhada com molho de carne e com queijo branco derretido por cima – prato típico e marca registrada da culinária de Montreal. Para provar uma sem erro: vá ao La Banquise Resto, especialista no prato, que fica aberto 24 horas).


Mas se você é mais do tipo de bebericar, badalar, ver e ser visto, a lista de opções está longe de decepcionar. Fazendo jus à sua fama de boêmia, a nossa Paris americana tem desde inúmeros bares descontraídos a lounges modernérrimo, ao som de música boa na companhia de gente bonita circulando. A Rua Crescent, o Boulevard Saint Laurent ou a Avenida Mont-Royal têm boas alternativas. (O descolado Newtown, bar de ex-piloto de Fórmula Um Jacques Villeneuve, um dos filhos famosos de Montreal e o Bar Baldwin são algumas boas pedidas.)


Passada a ressaca, a dica é sair para um passeio diurno: comece pelo Velho Porto, área antiga da cidade, com construções charmosas e artistas por toda parte, entretendo de forma simpática e criativa os turistas que transitam pelas ruelas. Depois, siga para a rua Saint Denis e confira seus bistrôs, coffee shops e lojinhas de toda sorte. Se der, entre na rua Fairmount para pegar um bagel quentinho ( Fairmount Bagel, no número 74) ou na Avenida Laurier para comer um doce na Pâtisserie de Gascogne. Valem a desviada e as calorias.


Depois, a sugestão é ir rumo ao parque Mont-Royal, lindo e cheio de vida em qualquer época do ano – seja com estudantes das universidades jogando vôlei nas areias ou famílias patinando no lago congelado. Por fim, passe na Rua Sainte Catherine, veia mais agitada do centro, com diversos shoppings e galerias subterrâneas ligadas aos metrôs – para ninguém ter que colocar o nariz pra fora quando o frio doído, de menos 30 graus, bater. Por isso, se o assunto é compras, a Sainte Catherine é o lugar. Não perca a La Baie, tradicional loja de departamentos e curta seus oito andares de puro consumismo!


O cenário cultural é outro destaque de Montreal, famosa por seus bons espetáculos, exposições, suas inúmeras igrejas, pelos festivais (de cinema, de arte, de comida e, claro, o de Jazz, maior deste gênero no mundo, com shows de graça acontecendo em cada esquina. Imperdível.). Mas nada mais genuinamente nativo – e excitante - do que o Cirque du Soleil, grupo nascido nas ruas da velha cidade e que tomou conta do mundo com sua arte e malabarismos estonteantes. Um dos maiores orgulhos dos moradores – e, para quem está longe, um bom jeito de viajar para Montreal por, pelo menos, duas boas horinhas.



Mas a diversão não pára por aí: ainda tem o Cassino, boas exposições em vários museus, o belo Jardim Botânico, o Estádio Olímpico. Só não pegue o avião de volta pra casa sem ter ido ao mercado Jean Talon (ou o Atwater) para ver de perto o que a cidade tem de mais autêntico: suas raízes francesas, que se traduzem em padarias cheias de baguetes frescas, queijarias, vinhos de todo tipo e muita gente informal e elegante circulando. Uma atmosfera perfumada, colorida e mesmo assim, tranqüila. Um bom exemplo da verdadeira sensação de joie de vivre (alegria de viver) de quem visita ou mora na bela Montreal.







sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Vida de escritor





Não tem como não recomendar o mais recente livro do renomadíssimo jornalista e escritor nova-iorquino Gay Talese. Depois de tantos clássicos, dentre eles o polêmico A mulher do Próximo, o papa do New Journalism foi à Paraty, na FLIP, lançar Vida de Escritor em março deste ano. Eu, à la Sílvio Santos, "não li, mas recomendo!" (RÁ!) Sim, com plena convicção, porque coloco minha mão no fogo de que deve ser M-U-I-T-O bom. Já li alguns trechos na internet e, para os amantes da difícil e viciante arte de escrever, é de grande valia. (Sinal disso, acredito, é que já faz duas semanas que procuro a obra nas livrarias de Montreal e em todo lugar está esgotada...).


Enquanto não encontro, fico curtindo o teaser com a  entrevista que Talese concedeu ao programa Metrópolis, da TV Cultura, abaixo.



terça-feira, 6 de outubro de 2009

World Press Photo 2009


Rolou semana passada a World Press Photo aqui em Montreal, no Theatre Juste pour Rire. A exibição, que reúne trabalhos primorosos e premiados pelo concurso de mesmo nome, roda o mundo todo levando as melhores fotos jornalísticas do ano.


Sabe aquele clichê batidíssimo que diz que “Uma imagem vale por mil palavras”? Pois nesse caso, apesar de gasta e insossa,  a definição é a mais adequada. São centenas de imagens impressionantes de esportes, takes espetaculares da natureza, momentos da guerra e retratos de gente, muita gente, de toda parte, em diversas situações. Rostos e cenas expressivas, que falam por si só, são em si a matéria e tem o texto como legenda, ilustração, suporte, complemento. Você "lê" a  foto e capta o essencial, a sensação, o sentimento, o ambiente. Impressionante. E impossível passar ileso por cada foto sem se chocar, deslumbrar, questionar, inquietar ou emocionar de alguma forma.

A - contudente - participação brasileira ficou por conta de André Vieira, Anderson Scheneider e Luiz Maximiniano. Uma das imagens mais tocantes é a sequência de uma senhora com leprosa em um dos muitos hospitais de péssimas condições do nosso país. Eraldo Peres levou menção honrosa e ganhou prêmio (veja a ironia...) por retratar um grupo de adolescentes conversando e rindo numa favela de Recife, com o corpo de Thiago de Lima (21) largado no chão. A naturalidade com que os jovens lidam com a cena é chocante e reveladora, reflete como a violência já faz parte da vida do brasileiro.

A exposição é itinerante, gira mundo afora e é imperdível. Obras de arte da fotografia, pedras preciosas do jornalismo e momentos imortalizados da história.

http://www.worldpressphoto.org/



sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Guarda-roupa estiloso e acessível



Quem curte moda, vestir-se bem e, sobretudo, gastar pouco, a dica é conferir a loja XXI Forever, aberta recentemente em Montréal, em plena  vaporosa Sainte-Catherine. A marca, originalmente americana (California, 1984), traz um conceito de informalidade e acessibilidade bem bacana. Resultado:  peças interessantes e estilosas por um preço SUPER razoável. Vale a pena conferir - sejam roupas, acessórios e até mesmo a coleção masculina. Ao ver a fatura do cartão de crédito, o empurra-empurra nas araras e a longa espera na fila do caixa terão valido o sacrifício!



Na mesma linha, vale relembrar aqui a mega e já super conhecida H&M. Roupas bem legais com preços mais legais ainda!


OBS: Infelizmente, nenhuma das duas chegou a terras brasileiras ainda. Mas já dá para sapear o site delas e fazer encomendas a amigas "viajadeiras"! ; )

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Première Moisson: pães, doces e quitutes artesanais e irresistíveis





Pense em um lugar com comida simples, rápida, artesenal e de primeira. Coloque um ar (e a deliciosa variedade) das padarias brasileiras, misturado ao mais puro e autêntico charme francês. Voilà!Assim é a Première Moisson, boulangerie (pâtisserie, viennoiserie, charcuterie, bistrot, etc!) quebequense, conhecida e saboreada todos os dias por milhares de montrealenses, atraídos pelo perfume irresistível e familiar que escapa pelas portas de seus 15 endereços ao redor da ilha.


O forte da casa, claro, são os pães; o carro-chefe, a baguete. Mas as gostosuras com sotaque francês vão muito além dos bons queijos e cafés. Também pode-se levar chez toi ótimos patês, embutidos, massas e molhos caseiros, saladas, sanduíches frescos e saborosos e doces - muitos, diversos e maravilhosos doces! Chocolates, biscoitos, tortas e bolos delicados que satisfazem o paladar de quem entrega-se aos prazeres da confort food canadense. E ainda são de encher os olhos mas, sobretudo, a boca!




PREMIÈRE MOISSON

http://www.premieremoisson.com/

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Uma noite africana em Montreal


De muitas coisas boas pode-se falar do fato de morar em Montreal. Uma delas, sem dúvida, é a tal de "multiculturalidade" que muita gente (às vezes sem nem saber que raio que é isso) fala. Porque é mesmo um baita privilégio estar em uma cidade onde você tromba com gente de TODA A ESPÉCIE. Vê-se “de um tudo”! Tem judeu (dos tradicionalíssimos, de preto dos pés à cabeça, essa coberta por lindos chapéus e, no caso dos homens, com cachinhos laterais), chinês, italiano, português, romeno, sul-americano, árabe e, claro, africano. (Diz uma piadinha interna que em Montreal só não se vê mesmo é canadense!). Exageros à parte, cada cultura traz na bagagm sua graça e sua "esquisitice"! Todo mundo dando seu próprio tempero ao grande caldeirão.

Tudo isso para introduzir minha nova - e grata - descoberta: Maria de Barros, uma cantora simpática da nova geração de Cabo Verde. Assiti ao seu show, no Festival Nuits d'Afrique, aqui em Montreal, em uma deliciosa noite há alguns meses. Estava um pouco reticente, já que nunca tinha a escutado antes. Mas esperançosa já que conhecia algumas boas revelações da nova safra da ilha africana.

Quando Maria entrou no palco, assustei! Um vestido laranja-cheguei, cheeeeeeeeeeeeeio de babados. UII! Mas ao dar seus primeiros passos seguindo o ritmo da música e a cadência do seu gingado eram tamanhos que até a cor viva do vestido foi ofuscada. E ao soltar a bela voz e encher a sala, quem ligava pro figurino over ???

Maria foi cantando em francês, depois conversou com a platéia em inglês, fez uma piadinha em espanhol e em seguida lançou uma vibrante koladera (ritmo cabo-verdiano) em português. Ou seja: falou com cada um do público e, claro, conquistou todo ele. Mais para frente, a linda negra de cabelos longos e traços finos colocou todo mundo para dançar na frente do palco - e estava montada uma bela festa. Aos poucos, eu e meus colegas de mesa, mais reservados, estávamos sorrindo e arriscando uns refrões e batucando na mesa. Um pouco mais de mojito e eu estaria me divertindo com passos esquisitos no meio da pista, c-e-r-t-e-z-a!

Maria nos conquistou: pela voz, pela graça e simpatia, pela malemolência e espontaneidade tão raras pros lados de cá. Pelo português claro e curioso do seu país - vale ler as letras só pelas pérola lingüísticas, uma ode à coloquialidade! E seu CD Morabeza, uma delícia de música e viagem.



Segue abaixo vídeo dela na noite em que a assitimos, já sem o vestido laraja, mas ainda CHEIO de babados! OK, ela pode..! ; )

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Arthur Quentin: bom gosto entre pratos e panelas





Imagine um pintor comprando tintas para suas telas. Ou um escritor em uma livraria, cheinha de novas obras para escolher e devorar. Ou ainda um jogador de futebol em uma loja SÓ de bolas e chuteiras? Pois os amantes de 'forno e fogão', viciados em utensílios, louças e travessas, apaixonados por formas, facas e panelas, também tem um endereço onde podem perder o juízo e entregarem-se aos deliciosos prazeres da arte da culinária.


A loja Arthur Quentin, na rua Saint-Denis, é o lugar onde os mais secretos sonhos e instintos alquimistas afloram e encontram ferramentas para se concretizarem. Da mais básica linha das queridinhas - e coloridas! - panelas Le Creuset até louças finas para incrementar um jantar especial, kits para fazer uma crème brulée às antigas, garrafas vintages de leite e o grande destaque, uma parede com dezenas de apetrechos para cada singela atividade praticada dentro das quatro paredes da sua cozinha: tem de TUDO lá!



E não para por aí. Há ainda um espaço com artigos de “boa vida”:
livros de gastronomia, valises com coisinhas para um pic-nic (muito do metido, com facas para queijos e taças de cristal, vejam que finesse!), bolsas e malas de couro, objetos de decoração, gravuras, bijuterias, cadernos de viagem, etc. Tudo esbanjando estilo e bom gosto. E o melhor, atiçando a criatividade dos cozinheiros de plantão, que caem no delírio e saem de lá loucos para literalmente colocar a mão na massa e ver suas criações prontas para serem devoradas pelos amigos.


Mas não espere uma megaloja, com escadas rolantes e pessoas trombando com carrinhos abarrotados. Heuresement, a loja é o oposto disso, se estende por apenas três charmosas saletas de um antigo e classudo prédio do centro, o que lhe confere ainda mais graça, parecendo ser mesmo um endereço especial e para poucos. Para quem mora ou passa por Montreal e se interessa pelo assunto, um MUST GO. Caia na tentação!






ARTHUR QUENTIN

3960, rue Saint-Denis - Montreal

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

L’Académie: bela viola...






Em finais de tarde quentes de julho e agosto ou nas congelantes noites do inverno canadense, especialmente nos finas de semana, a cena se repete: uma fila de pessoas se forma na porta do Restaurante L’Académie, em uma das ruas mais movimentadas e badaladas de Montreal, a Saint Denis. Em frente à pequena porta do grande e envidraçado restaurante, gente de toda idade se concentra – e está formado o burburinho gastronômico.

Sem saber muito bem do que se tratava, o fato começou a me chamar a atenção e a intrigar meu instinto jornalístico – o que teria de tão bom naquela esquininha inocente? Até que um dia, curiosa, fui conferir. E conheci uma casa grande, aconchegante e modernérrima ao mesmo tempo, com e um clima animadíssimo e uma decoração linda e cool. (Vejam se estou errada – é um desbunde! http://www.lacademie.ca/ )


A primeira vez que comi lá, o clima era bem esse: sábado à noite, uma mesa cheia de amigos falando alto, bebendo e rindo. Até que veio a comida – e a coisa deu uma murchada...Um leve gosto de decepção geral. Não que a comida deles (massas, carnes, peixes, etc) seja de TODO ruim mas é bem uma “nota 7”, como dia meu pai que, professor de profissão e de alma, dá nota a T-U-D-O – do molho de tomate da minha mãe (sempre leva 8 e meio), ao meu vestido de noiva (10, claro, para não desesperar a filha à beira do altar) até o desempenho do novo pneu do seu carro (9, nota máxima na sua rígida escala). O fato é que o prato DISTOA, essa é a melhor – e menos técnica – definição. Não corresponde à expectativa que o ambiente produz. Ponto.

A entrada, justiça seja feita, era “ok”: uma casquinha de parmesão torrado que fez o maior sucesso e agradou as bocas famintas da mesa. Daí em diante, foi tudo ladeira abaixo.... o Nhoque com molho gorgonzola estava massudo(as bolinhas custam a desmanchar); o Linguine com Vôngole vem carregado de......ALHO! E até o pãozinho da cesta estava estranho...Por fim, a crème bruleé deu uma amenizada e adoçada no jantar. Um viva para o poder dos doces!


Tudo isso para dizer que, mesmo assim, o restaurante vale a visita. (Mesmo que você saia de lá com o ditado “Por fora, bela viola; por dentro....”marteland sua cabeça!) Vá desarmado, light, e aproveite o que a casa tem de melhor – o astral. Opte por uma entrada, experimente quem sabe as carnes, beba muito vinho e dê uma chance a um docinho. Afinal, na vida há que se saber relevar e lidar com que o temos, certo? Por mais que a comida esteja longe de ser formidável, eu mesma sempre volto, já tentei as outras filiais e a verdade é que sempre acabo saindo feliz. Porque o clima é bom, o serviço cordial, o ambiente te alimenta de uma outra forma e a noite sempre é agradável. Nem que quando eu chegue em casa tenha que bater um sanduba antes de dormir.


L’ACADÉMIE

4051 St-Denis, Montréal
2151 Lapiniere, Brossard

www.lacademie.ca


Dica: Meninas que forem na filial de Brossard, por favor, façam um tour no banheiro! Luz laranja, fumaça com cheiro de chiclete, TV de plasma - um luxo e uma diversão só! (E, no final, com tanta diversão, quem vai lembrar do nhoque-chicletudo?)

quarta-feira, 16 de setembro de 2009

10 bons motivos para visitar (e amar!) Boston



- Muito charme e good vibe
É fato: a cidade tem uma vibração gostosa, uma atmosfera acolhedora e alegre que faz com que qualquer visitante sinta-se bem andando pelas ruas, comendo em um restaurante ou fazendo umas comprinhas. No geral, as pessoas são educadas e simpáticas e os muitos jovens que vivem por lá dão a informalidade e descontração necessárias à cidade mais européia dos Estados Unidos. E, claro, são eles que garantem a boa dose de agito 24 horas também.

- O bom e velho rio Charles
Ao contrário de muitas cidades do hemisfério norte, o rio de Boston não é objeto meramente decorativo. Ele faz parte da cena e da vida dos cidadãos, que ao longo de suas margens correm, assistem a espetáculos, passeiam com crianças e cachorros e ainda praticam diversos esportes aquáticos em suas calmas e claras águas.

                                          
- A arquitetura
Outro traço herdado dos europeus – mais especificamente, dos ingleses. O tijolo vermelho, típico do estilo georgiano (sim, fui estudar depois! rs) dá todo o charme às ruas da cidade, que fica fofa e estilosa, e mais parece um pedaço da Europa nos States.



- Newburry Street 
A “Oscar Freire” de Boston, o “fervo”! Rua badalada, com lojas, bares, restaurantes e gente bonita andando de lá pra cá. Definitivamente um MUST GO!



- Lagosta
Para azar da bichinha, ela é venerada por bostonianos e visitantes e é pedido obrigatório. Dica de bons lugares para degustar uma: Legal Sea Food (www.legalseafoods.com) e McCormick, no Quincy Market (http://www.mccormickandschmicks.com/).


- Quincy Market
Uma antiga construção que possui inúmeras barracas de comida, sucos, doces, flores e artesanato. Ao redor, artistas fazem seus shows de mágica e malabarismos e divertem as centenas de pessoas que vão lá para curtir um bom restaurante – e fazer umas boas comprinhas - no final de tarde.


- “Centro pensante”
A cidade hospeda apenas a Harvard (primeira e mais reconhecida universidade americana) e o MIT, para não dizer das outras dezenas de universidades de ponta. Resultado: alta concentração de jovens – inteligentes e interessados – por metro quadrado e intelectuais circulando all over. Um verdadeiro centro de cabeças pensantes.


-Hannover Street
Rua principal do bairro italiano: encontram-se boas cantinas, gelaterias, confeitarias (com enormes filas nas portas) e cafés. Além de velhinhos fofos caminhando de braço dado com suas “senhôuras”, famílias animadas, turma de amigos, etc.

- Boston Common
O parque mais antigo dos Estados Unidos (como muita coisa por lá o é!). Vale o passeio: tem lago, pedalinho, lindos jardins e gente saudável andando! E fica bem no centro da cidade.

- Berço dos EUA e da Independência do País
Sim, afinal, depois de muito andar, comer e comprar, um pouco de história “doesn’t hurt, right”? Vale a pena andar pela Freedom Trail e ver onde a maior potência do mundo começou e onde grandes revoltas contra a colonização inglesa começaram a tomar forma.


SERVIÇO

Para quem curtiu e quer saber mais, passa aqui ó:
http://www.bostonusa.com/
http://www.cityofboston.gov/

E para ficar por dentro do que rola na cidade, confira o site do maior jornal de lá (Boston Globe):www.boston.com/bostonglobe


domingo, 13 de setembro de 2009

Sintonia Fina - e de Qualidade

Passada obrigatória é o site SINTONIA FINA ( http://www.sintoniafina.com.br/) do antenado, boa praça , inteligente e descoladíssimo Nelson Motta. Traz novidades musicais do Brasil e do mundo. Só coisa boa. Vale a pena dar uma bisbilhotada nas navegadas pela rede, encontram-e boas surpresas musicais além das crônicas bem gostosas dele.

Duas boas novas descobertas que encontrei por lá:

MARIA GADÚ
(Adorei essa versão cool do hit da Kelly Key! rsrsrss)




MAYRA ANDRADE, de Cabo-Verde, sucesso aqui em Montréal



Enjoy!